domingo, 30 de novembro de 2014

UM ÍNDIO NA PRAIA








      Hum! Verão bom!
      Verão na mata esquisito.
      De dia muito calor.
      De noite muito mosquito.

      Hum!  Verão na praia,
      Muito bom!
      MuitoTubarão olhando sereias,
      Deitadas de bruços na areia.
     
      Pezinho pra frente,
      Pezinho pra trás.
      Cuidado!  Sereia na areia,
      Rapaz!
      Grita o vendedor de picolé.

      Índio gosta! Não se zanga.
      Foi na rua do biquíni,
      Comprou sunga de tricô.
      Jogou fora a velha tanga.
     
    
      Quer ficar em Cabo Frio.
      Não quer viver mais na mata,
      Nem comer piranhas dos rios.
    

       Índio agora aculturado.
       Manda mensagens no celular:
      
      “Estou pisando diferente,
       Um pezinho pra frente,
       Outro pezinho também.
       Pezinho pra trás?
       Hum!
       Nunca mais.”

      “Hoje mudei meu nome.
       Não me chamo mais Karacol.
       Meu nome agora é Zé.
       Zé Areiamar da Lua e Sol.”.

      “Avisa tribo, avisa o pajé.
      Meu novo nome é Zé:
      Zé Areiamar da Lua e Sol.”

    “Gostaram? ...O Povo amou!”
     
     
     
     

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

MUTAÇÕES

            


       



       Vida!
       Vida majestosa:
       Da formiga, da borboleta,
       Da abelha rainha,
       Da cobra venenosa.
      

       Vida maravilhosa:
       Do laboratório Terra.
       Aonde tudo acontece,
       Onde a natureza encerra.


       Oh! Vida!
       Vida horrorosa:
       De pessoas que sujam cidades,
       Destroem florestas,           
       Envenenam os rios              
       Poluem o ar.
       Contaminam o mar.


       Oh!   Vida cruel: 
       De pessoas civilizadas.
       Agora convidadas para beberem
       Com muito gosto, em suas casas,
       Água gelada de esgotos.
   

       Oh! Vida indecente:
       De pessoas indiferentes
       À própria vida.
       A Vida da gente.

      .
     
      
      
      

                                                                                                                                                                                                            

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

EU

      

 Vivendo e brincando
 Sou assim:
 Alma e sombra.

 Uma vive em mim.
 A outra mora lá fora.

 Não gosta da chuva.
 Não gosta da noite.
 É muito estranha.
 Só me acompanha na rua,
 Quando brilha o sol.
 Nunca viu um luar e
 Nem conhece a lua.

 É uma vadia.
 Dorme cedo e
 Acorda tarde.
 Só fica comigo,
 Menos de meio dia.

 A outra não.
 É inquieta, agitada, pensante.
 Diz que o mundo é feito por nós.
 Que devemos ser mais atuantes.
 Ocupa-me todos os dias, 24 horas.
 Discute, fala, ri, fica triste e
 Diante de sofrimentos, chora.

 Ajoelha-se, junta as mãos e reza
 Para um ente que não conhece,
 Pedindo ajuda e orientação,
 Em suas preces.

 Uma é dependente da luz.
 A outra, eternamente luz.

 Brincando e vivendo.
 Eu sou assim:
 Alma e sombra
 Até o fim.