quinta-feira, 23 de maio de 2013

MEIO AMBIENTE










Perguntei a uma pessoa o que é meio ambiente.  A resposta foi que são as plantas, rios, lagos, a natureza toda. Não gostei muito. Outra pessoa respondeu que é o Planeta Terra. Gostei mais. Uma terceira pessoa disse que é onde nós vivemos. Adorei esta resposta.

Nós vivemos nas cidades, num ambiente complexo, onde convivemos diariamente por muitos anos, com diversos seres humanos e diversos outros animais, plantas e variados fenômenos da natureza os quais muitas vezes nos causam prejuízos irreparáveis.

Como zelar melhor por esse ambiente tão próximo da gente e tão importante?

O primeiro procedimento que deslumbrei é cuidar da nossa casa diariamente.  É na casa que moramos aonde devemos começar a cuidar do meio ambiente, mantendo-a sempre limpa interna e externamente, não permitindo no quintal o acúmulo de lixo, tralhas de objetos inservíveis, como pneus, latas, resto de materiais de obras acabadas. Cuidar da limpeza da calçada frontal a residência também pode e deve ser tarefa do morador.

Todos os moradores de uma rua procedendo assim melhorará toda a comunidade e consequentemente refletirá em toda cidade que é constituída de centenas de bairros. Por certo a prática desses procedimentos pelos moradores, continuamente, levarão às autoridades municipais á estimular outras atitudes de administração pública em relação ao meio ambiente da cidade como um todo.

 Ao incorporamos estes procedimentos ao nosso modo de viver nas cidades, teremos condições de exigirmos das autoridades, politicas de aprimoramento e defesa do meio ambiente urbano, como recolhimento de lixo, saneamento básico, transporte eficiente, escolas e hospitais equipados, água tratada e outros benefícios que resultará sem dúvida na melhoria do meio ambiente da cidade.

 Jovens são vocês os agentes dessa mudança de atitude tão necessária. Nós idosos, não tivemos na juventude uma visão desse problema como estamos presenciando atualmente, embora algumas pessoas em várias partes do mundo tenham alertado através de livros e publicações diversas; poucos tiveram acesso ao assunto.
  
Hoje todos somos conscientes da necessidade de mudar e o jovem com seu destemor, sua capacidade de inovação, e sua vontade de participar de algo novo, é a meu ver, o melhor agente para transformar para melhor, o meio ambiente planetário. 

Vamos discutir nas redes sociais, na Internet, nos diretórios acadêmicos, nos grêmios estudantis, se ainda existirem, nas reuniões familiares, enfim, vamos conversar muito e discutir sobre um assunto tão importantíssimo para a sobrevivência de todos,  por certo ideias e soluções surgirão.









terça-feira, 21 de maio de 2013

MEU VIZINHO MUDO









Tenho um vizinho mudo. Eu sempre passava por ele, trocava olhares, mas a pressa nunca permitiu que o percebesse melhor. Ele sempre calado, quieto; diariamente isso acontecia, e o tempo que não para foi passando.
Num dia chuvoso daqueles temporais torrenciais, me impossibilitou de sair de casa. Fui então ver meu vizinho mudo, com mais demora e levei um grande susto. Ele olhou nos meus olhos, mostrou-me vários detalhes da minha pessoa que eu desconhecia, mas estavam ali na minha frente.
 Foi um choque cruel.  Ele disse nos meus olhos, cara a cara, que eu estava mais velho, careca com alguns cabelos brancos dos lados, gordo quase obeso e barrigudo. O que aconteceu comigo? Perguntei a mim mesmo; logo eu que era um rapaz bonito, atlético, disputado pelas meninas do bairro. Foi o tempo; passou e não percebi.
 Agora, já sessentão, meu vizinho mudo mostra com toda sua imparcialidade, que estou descendo a escada da vida. Mais quarenta anos? Talvez eu não exista.  Eu nem me lembrava de que era mortal, mas ninguém é imortal nem os da academia de letras. É assim o período de vida de todas as coisas viventes: nascer, crescer, envelhecer e morrer.
O vizinho mudo não morrerá?  Não. Creio que não. Ele já existia antes do meu nascimento.
Ele está em muitas casas, impassível, olhando para qualquer pessoa, se você parar e olhar bem, ele lhe mostrará muitos detalhes interessantes.
Pra você saber: ele é tão sincero e verdadeiro quanto você deseja que seja. O espelho.



terça-feira, 14 de maio de 2013

ASSALTO NO ELEVADOR





Quarta feira de cinzas aproveitei que todos os funcionários só trabalhariam após as l2:00 horas, me dirigi ao escritório pela manhã afim de adiantar minhas tarefas, pois segunda-feira estarei  de férias.
Serão vinte e seis dias rumo ao Nordeste Brasileiro, numa viagem de carro com mais dois amigos, hospedagem já reservadas e tudo planejado. Estou ansioso por esse momento.
Cheguei à entrada do edifício, olhei para o alto, me imaginei sozinho trabalhando no 20º andar, após os festejos de carnaval. Muito profissionalismo mesmo. Entrei, acionei o elevador e o ruído do gaiolão descendo quebrou o silencio que reinava na área de recepção. Não havia ninguém, além do porteiro que conversava no celular.
Para meu espanto ao me acomodar no elevador, embarcou uma bonita mulher, bonita de tudo que sorrindo me perguntou:
--Qual andar?
- Vigésimo, respondi.
-Alto hein. O senhor trabalha lá?
- Trabalho perto do céu.
Ela não gostou da piada; ficamos calados enquanto subíamos. Na altura do 6º andar parou o elevador. A moça sacou da bolsa uma pistola e disse:
-É um assalto, passa tudo; relógio, cartão de crédito; rápido.
- Calma moça, tenho que pegar a carteira na pasta que está no chão.  Ela virou-se para tentar destravar o elevador; pulei no braço armado, dei um torsão tão forte que ela gritou de dor e largou a pistola. Não soltei mais a mulher e falei:
-Não vou lhe bater; não tente fugir; vamos conversar. Você é maluca? Seguiu-me?
-Foi por acaso, nós gastamos todo o dinheiro no carnaval; meu namorado deu a ideia de assaltar alguém num local ermo, pra gente poder viajar de volta para casa. Quando vi o senhor sozinho, aproveitei.
-E a arma, onde arranjou?
-É de brinquedo, não tem munição.
-O que? Não acredito.
-Verdade, pode engatilhar e apertar vai ouvir apenas um Traque.
Incrível, assaltado no elevador com uma arma de brinquedo. Vamos nos acalmar, respirar fundo. Preciso pensar o que fazer.
Ela sorrindo começou a falar que era doída mesmo, não precisava fazer aquilo, seus pais tinham recursos; quando sair dessa situação vou lhe recompensar pelo desconforto.
Não acreditei, mas ela me apertou contra o seu corpo, beijou-me no pescoço, me acariciou. Não teve jeito, a adrenalina subiu e o inevitável aconteceu. Subimos quatorze andares agarrados. Ao desembarcar indiquei a ela o banheiro feminino aonde ajeitou as roupas, retocou a maquiagem e penteou os cabelos sedosos e perfumados.
Descemos juntos até ao térreo, nos despedimos, indo ela encontrar-se com o namorado que a esperava num camaro amarelo, no estacionamento externo.
O porteiro que nos observava, perguntou-me:
-Este lenço é seu?
-Olhei o lenço sujo de batom e disse que não.
-O senhor atacou aquela mulher?  Insistiu o porteiro.
Esbocei um sorriso tipo Mona Lisa e neguei novamente, deixando o dedicado funcionário pensativo. Sim ou não.



segunda-feira, 6 de maio de 2013

DESABAFOS



Filhos? Minhas filhas, já quarentonas, dizem entre elas que sou um velho teimoso. Minha esposa que sempre aturou minhas bobagens reclama apenas que eu sou um velho dengoso.
Eu? Quando me vejo no espelho, vejo-me velho de cabelos branquinhos, talvez um pouco charmoso e delicadamente chamado por todos de idoso. Ancião não.
Muito chique; muito justo nos tempos atuais ser reconhecido nas filas da vida, como um cidadão idoso preferencial.
Modestamente, digo a todos que estou protelando a minha passagem de ida. Ela por certo virá, mas desejo que seja em longo prazo e com validade indeterminada.
Afinal de contas esta viagem de ida, só de ida, não é do meu agrado.
                                              Ufa!