Conflitos Latentes

O ser humano carrega dentro de si paradoxos que nada mais são do que conflitos entre o sonhado e o vivido, entre o ideal e a realidade.

As mudanças políticas e sociais fazem parte da natureza humana em seu processo evolutivo; o crescimento demográfico, os conhecimentos acumulados, as experiências adquiridas em função das conquistas tecnológicas; as transformações de cidades médias e pequenas em grandes aglomerados humanos são alguns dos fatores que inquietam os humanos no convívio atual.

Tento as vezes voltar ao meus 20 anos; assusto-me com as comparações que faço com aquela época da minha juventude. Tudo mudou, é o meu sentimento imediato. Valores saudáveis de convivência foram triturados; O respeito entre as pessoas decaiu a um nível cruel para coexistência pacífica e harmoniosa de grupos humanos. Muitos sonhos, sonhados a olhos abertos, quando atingidos, se transformaram em pesadelos. Não representam mais o que sonhávamos. Dizem que o ser humano é um ser social por natureza. No entanto, vejo no comportamento psicossocial das populações atuais a predominância do individualismo, do egoismo e do ceticismo quanto ao existir.

Este ceticismo tem levado o homem urbano andar armado para sua defesa, mas a arma que possui não defende, ela contra-ataca; quem acertar primeiro morre. É assim o ano de 2013 no meu país; uma época difícil para todos. Já idoso, tento me adaptar as mudanças velozes que ocorrem diariamente, lendo livros interessantes; conversando com jovens; passeando e observando as inovações, aprendendo o possível para viver os novos momentos, e ainda sonho. Sonho com uma nova educação, currículos modernos, novos programas de ensino, novos recursos pedagógicos capazes de motivar jovens e adultos para uma aprendizagem permanente ao logo de suas vidas, objetivando sempre o aprimoramento humano no relacionamento interpessoal.

Seria uma educação inovadora, audaciosa, capaz de repensar o presente com uma visão futurista, tornando-se mais dinâmica e adaptativa às contantes mudanças que ocorrem no mundo. Julgo que a introdução do estudo de filosofia e psicologia no ensino médio poderia ser um caminho importantíssimo para os jovens alunos compreenderem os novos tempos que estão a indicar o caráter permanente da educação na vida de todos.