domingo, 13 de dezembro de 2015

SEVERINO FREEMAN E UM TEATRO DE FANTOCHES



Severino sempre gostou de assistir espetáculos de artistas de rua em suas andanças pelas cidades por onde passava. Esta semana assistiu um espetáculo de fantoches nos arredores da Central do Brasil, ao desembarcar de um trem na cidade do Rio de Janeiro.
Os fantoches contavam a seguinte história: "O FILHO DO PAI".
- Pai! Que surpresa! O senhor já voltou de viagem; vamos a praia hoje?                                                                                
- Calma filho. Hoje tenho uma reunião aqui em casa, depois conversaremos sobre a praia. Está tudo bem em casa e na escola?
- Pai, aqui em casa a mamãe anda muito estranha, nervosa, não me pega mais na escola. Quem me leva e busca é a empregada com o motorista. Não atende o telefone; quando Maristela atende, ela manda dizer que não está. Noutro dia eu perguntei a mamãe se ela tinha conta no exterior. Olhou-me, não respondeu, ficou calada e chorou.
- Menino que história é esta de conta no exterior? Onde você ouviu isto?
- Paizão. Eu li nos jornais que o Senhor assina. É verdade? Os colegas da escola já estão me chamando de "Pinoquinho".
- Não! Claro que não. Por que estão lhe chamando assim?
- Pai. Toda sexta-feira a professora conta uma história para a turma. Na semana passada contou a história de Robin Hood, um ladrão que roubava dos ricos e distribuía para os pobres. Ela explicou que existem vários tipos de ladrões; de celular; de carros; de bancos; ladrão de terno e gravata que roubam dinheiro do governo. Os ladrões bem vestidos são os mais perigosos e muito difícil de prender, porque eles escondem o dinheiro em vários lugares, bem escondidinho, para as autoridades policiais não descobrirem.
- Hum! Não acredito no que estou ouvindo; continue.
- Esta semana a tia está contando a história de um boneco que toda a vez que ele mente, o nariz cresce; eu não entendi porque passaram a me chamar de "pinoquinho".
- Tudo bem. Amanhã vou a escola conversar com a Diretora sobre o apelido e estas histórias.
- Paizão! Cuidado. A Diretora é uma fera. Na última reunião de pais e alunos ela falou que tem a ficha de todos os pais; endereços, telefones e sabe os locais de trabalho de todos.
- Hum! Ficou difícil. Então sua mãe vai falar com a professora. Ainda tem mais histórias?
- Tem mais duas: Robson Crusoé, um homem que ficou sozinho numa ilha conversando com um papagaio. Nem a esposa, nem os filhos foram visitá-los. Uma vida horrível, papai. A última história será Ali Babá e os Quarenta Ladrões. Tem muitos ladrões no mundo, paizão. Todo juiz tem que mandar prender esses ladrões; colocar todos na cadeia, mesmo os de terno e gravata, sem celular.
- Chega!!! Não quero ouvir mais nada. Vai brincar. Some da minha frente!
- Está bom. Vou brincar com o Riquinho lá na piscina.
- Riquinho? Você disse: Riquinho? Quem é este menino?
- Pai, é o filho daquele doleiro, seu amigo que mora na Cobertura.
- Você confundiu. Ele não é doleiro. O nome dele é Antônio, goleiro do nosso time de veteranos. Não esquece: Antônio é goleiro e não doleiro. Amanhã nós iremos a praia bem cedo, prometo.
- Paizão, vamos mesmo a praia? Não mente para mim, o seu nariz já é enorme, se mentir vai explodir. Tchau!

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

S. O. S - PLANETA AZUL






      Eu moro aqui há setenta e sete anos; Fidel, mais velho mora ali; Obama cinquentão mora lá.  Mais adiante moram Elizabeth, Ângela e Desmond, um pacato cidadão.
       Acolá moram Vladimir, Sr. Jiang, Da. Hiroshima e um casal de coreanos brigados. Todos moram em lugares diferentes e vivem num girar sem fim pelo espaço sideral dentro de uma gigantesca esfera.
        Para onde vamos? Não sabemos.
       
        Seguimos juntos à estrela brilhante que ilumina e guia o nosso caminhar pelo espaço negro do Universo infinito. O querido Sol.
        
        Não sabemos, mas queremos saber. Estudamos, pesquisamos e planejamos diariamente viagens espaciais, gastando imensos recursos financeiros, mas não cuidamos devidamente do CONDOMÍNIO TERRA, onde moramos.
          Há tempos um astronauta viajando pelo espaço negro do Universo, deslumbrado declarou:
          - O planeta Terra é Azul!
          - Lindo! Poético! Azul uma cor de paz.
          
          No entanto a vida no CONDOMÍNIO TERRA - Planeta azul, decantado em versos e músicas   - está se transformando num inferno. Por que não cuidamos do Planeta Azul, este gigantesco Condomínio onde todos moram?            
          Quais tem sido os nossos erros?                                                                     Podemos consertar?

          Sim. Nós podemos. O mundo é feito por nós. Vamos debater, discutir e exigir mudanças das autoridades responsáveis em todos quadrantes do mundo. Vamos nos conscientizar que a crise ambiental afeta a todos.
            
            Como disse um humorista inteligente: "Se não reclamar vai ficar do jeito que está".

A BORBOLETA E O VENTO





      Voava tranquila uma borboleta sob os raios solares de uma manhã de primavera. De repente o vento aumentou de intensidade. Naquele vendaval inesperado a frágil borboleta azul subia, descia, ziguezagueava procurando um caminho melhor na mata.
      Estava difícil. Ao avistar a Dália amarela resistindo bravamente ao vento ali pousou para se abrigar e descansar. Não demorou muito a Dália desfaleceu, caiu no chão em pétalas. A borboleta levantou voo em busca de outro local. As vezes deixava o vendaval leva-la, mas sempre observando um local para se proteger. Era uma borboleta valente, corajosa, enfrentava aquele momento difícil como se fosse um desafio a sua capacidade de viver. Ela gosta de viver. Viajar entre flores, matas e jardins até o tempo de sua vida esmorecer naturalmente.
      Não seria aquele vendaval nem um ventinho qualquer que a derrotaria. Lutaria, tentaria sempre ultrapassar os obstáculos da sua trajetória de vida. Não se deixaria abater.
      Conseguiu abrigo numa caverna. Após o temporal que desabara, viu nascer novamente o Sol e sob os raios luminosos, alçou voo para outros lugares bailando sobre flores e folhas.

      Uma frágil borboleta azul.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

ENGANOS ACONTECEM

      O trânsito parou na orla da praia. O Guarda apitou e a garotada do desfile escolar começou a atravessar a pista para se arrumar no local do evento.
      Espremido entre carros, Alfredo em sua bicicleta, observava o trabalho do Guarda bem a sua frente. Ao olhar para o lado viu saindo da areia para atravessar a rua, uma linda sereia trajando um biquíni florido. À sua frente ela parou e exclamou!
      - Cara! A quanto tempo não te vejo. Dirigiu-se ao ciclista deu-lhe os beijinhos tradicionais e começou a falar:
     - Noutro dia lembrei de você enfiando os dedinhos nos meus cabelos encaracolados lá na escola pública, durante o recreio. Você era muito levado. Lembra-se?
      Alfredo não lembrava, mas muito esperto esticou a conversa.
      - Lembro. Você já era bonitinha naquela época. Fico feliz em revê-la. Já está indo embora?
     - É. Vou almoçar pois à tarde tenho um compromisso ao qual não posso faltar. Você mora aonde?
      - Moro atrás do arco íris.
      - Hum! Tão longe assim, por que não vem de carro?
     - Nesse trânsito de verão fica muito complicado, prefiro vir de bicicleta que me dá mais tempo para olhar as coisas. A propósito, este anel em seu dedo é seu compromisso?
     - Sim. Estou noiva com casamento marcado para abril do próximo ano.
     - Eu pensei que não existissem mais noivados, comentou Alfredo.
     A desconhecida abaixou-se junto ao rosto do ciclista e disse em segredo ao seu ouvido:
     - Vou casar virgem com um seminarista.
     - Não acredito! Ele nunca tentou fazer um gol?
     - Não, Ele também é virgem e joga de goleiro. Só agarra.
     - Loucura! Loucura! Gritou Alfredo. Vai ser uma lua de mel fantástica. 48 horas no ar! Gritou tão alto causando um buzinaço o que levou o Guarda assustado e suando que nem sorvete de casquinha ao sol, avisar que iria liberar o trânsito.
     A moça tornou a beijar o ciclista, despediu-se, e da calçada acenou gritando:
     - Marcelo eu nunca esqueci você.
     Alfredo sorriu e murmurou baixinho:  Eu não a conheço e nunca a vi antes linda sereia. Seja feliz.

domingo, 13 de setembro de 2015

SEVERINO FREEMAN E O REI


      Rei é Rei. Palavra de Rei não volta atrás. São frases conhecidas. Era uma época na qual o Rei mandava, desmandava e só se preocupava em satisfazer seu ego. Criou-se até a expressão “absolutismo” para caracterizar um período da História Humana.
       
            Em 10 de junho de 2015, com o saber de várias pessoas inteligentes, o Supremo Tribunal Federal concedeu vitória à causa da liberdade de expressão no assunto polêmico das Bibliografias.
       
            Foi uma decisão muito pensada que definiu claramente a importância e valor de uma Bibliografia verdadeira para o acervo cultural e histórico de um povo.
        
           Já li bibliografias do Silvio Santos, Paulo Coelho e outros. Conheci suas lutas, erros, acertos, derrotas e vitórias em busca de uma convivência humana melhor.
       
          Uma bibliografia ditada pela vontade de um Rei funciona como um édito. Nunca terá o crédito que seus súditos merecem.
       
          Meu Rei está nu, caminhando contra o vento, sem lenço, sem documento.Salvem o Rei.                                                                         






domingo, 6 de setembro de 2015

Eu, Ela e ELE.

    Morava há muitos anos em Brasília uma senhora aposentada que sempre viajava em dezembro e junho para os festejos de Natal e Juninos na cidade de Sobral, no Estado do Ceará, aonde revia familiares e amigos.
    No Natal gostava de levar brinquedos para os sobrinhos e filhos de amigos menores de 12 anos. Para os adolescentes sempre dava uma pequena importância em dinheiro para irem ao Parque de Diversões ou ao Circo com os colegas.
     Esta bondosa senhora adoeceu e faleceu em Brasília, às dez horas de um sábado. Neste mesmo dia e hora uma amiga avistou-a no ponto de taxi em Sobral. Telefonou para o irmão dessa senhora avisando que ela acabara de chegar à cidade.
     O rapaz logo espalhou a notícia entre os familiares e ficou aguardando a visita da irmã. Passaram-se três horas, o rapaz, ansioso, resolveu telefonar para parentes em Brasília confirmando a vinda da irmã.
      Recebeu então a triste notícia. Sua irmã falecera naquele sábado às dez horas e seu corpo já estava sendo encaminhado para o velório. Na impossibilidade de ir ao enterro, chorou muito, desesperado foi procurar a moça que lhe informara da chegada de sua irmã para pedir explicações.
      Encontrou-a na loja de roupas atendendo a uma freguesa. Esperou terminar o atendimento, dirigiu-se à moça e contou o acontecido. A vendedora não acreditou. Conhecia bem a mulher, não podia ter se enganado.
      Ao ver as lágrimas nos olhos do rapaz caiu desmaiada no chão da loja. Foi socorrida, levada para casa, onde refeita do susto, trancou-se no quarto e rezou em voz baixa:
      - Deus me ajude, eu vi a mulher no ponto de táxi. Adormeceu sobre um tapete florido aos pés da cama, acordou no dia seguinte mais calma, revigorada e foi trabalhar.
       Ao chegar à loja inúmeros curiosos a esperavam para repetir detalhes da visão que tivera. Em pé na porta da loja dizia a todos que foi um sonho. Justificava alegando que sonho ninguém entende mesmo.
       Em casa, após o jantar, recolheu-se ao quarto, abriu a janela e contemplando o céu repleto de estrelas falou para si mesma:
       - Só três pessoas viram: Eu, ela e ELE. Nós sabemos que é verdade. Será que espírito viaja?
       Sem resposta, deitou-se na cama e adormeceu sob o ar fresco da noite que entrava pela janela e o brilho silencioso de milhares de estrelas.
                          
           

             

OS PRIMEIROS PROFESSORES






  Ao nascermos iniciamos a nossa aprendizagem nesta vida. É no lar, no ambiente caseiro, que recebemos as primeiras lições. São os nossos pais os primeiros professores. Eles nos ensinam a falar as primeiras palavras, a engatinhar, a ficar de pé, andar, desenvolver hábitos de higiene e alimentar-se corretamente.
   Nas ruas nos fazem observar o momento de atravessar, o uso das calçadas para caminhar, e os cuidados necessários para se locomover no trânsito das ruas com segurança. Como se vê, são os pais os professores iniciais de todas pessoas. “Educação vem de berço”, ou seja, todas manifestações boas ou más de uma pessoa ao longo de sua vida, trazem muitos reflexos da educação recebida em casa.
  É assim na maioria dos lares brasileiros.  Poucas famílias têm acesso a pré-escola. As crianças só vão para a escola aos seis ou sete anos.
  Nas escolas passam a frequentar aulas com professores leigos ou profissionais em grupos de 30 a 40 crianças em salas de aulas com determinados horários e comparecimento obrigatório. Estes abnegados profissionais não têm condições de conhecer cada criança individualmente, como os pais as conhecem.
 As escolas têm objetivos de transmissão de conhecimentos, avaliação de aprendizagens, geração de comportamentos e atitudes que levem os alunos a crescerem intelectualmente e socialmente no convívio humano.
A responsabilidade da educação passa a ser uma operação conjunta de casa e escola, onde os pais terão sempre que acompanhar de perto, os estudos dos filhos. Querer transferir exclusivamente para o professor esta responsabilidade é um procedimento injusto, pois quem fica mais tempo com o jovem aluno, são os pais.
      “ Educação vem de berço” é um ditado consagrado pelas pessoas através dos tempos; exprime com sabedoria a responsabilidade dos pais na educação de suas crianças.
15 de outubro, data consagrada para homenagear os professores, deve ser também o momento para pais e alunos refletirem e compreenderem sobre a importância do trabalho desses dedicados profissionais no aprimoramento e ampliação da educação recebida no lar, de milhares de crianças brasileiras.
    


quinta-feira, 3 de setembro de 2015

TRALHAS, TRECOS, BUGIGANGAS E QUINQUILHARIAS

      





        Decretei lei. Na minha casa todas as coisas não utilizadas há mais de doze meses, serão reavaliadas, descartadas, vendidas, doadas ou jogadas no lixo. Não foi uma decisão de rompante. Foi pensada em função de experiência de vida adquirida ao passar dos anos.
        Primeiramente aconteceu na chácara onde residi por um bom tempo. Todos os objetos e coisas que filhos, parentes e amigos não mais queriam em suas residências, eram levadas para a chácara para desocupar lugar.
        Construí até um barracão para “arquivar” velocípedes, bicicletas, pneus usados, televisão, brinquedos, livros, etc.
        Certo dia olhando o barracão entulhado conversei com os donos das tralhas e decidimos instalar no gramado uma exposição de todas coisas, vendemos algumas, doamos outras e descartamos o restante para o lixo.
        Mudei-me para um apartamento na cidade levando comigo móveis e algumas coisas de uso pessoal. Em pouco tempo, sem perceber, minha nova residência transformou-se em um “arquivo morto”, repleto de tralhas, trecos, bugigangas e quinquilharias guardadas em gavetas, estantes e armários, algumas nem mais encontradas no mercado, substituídas que foram por outras mais novas.
        É costume de todos nós guardarmos por muito tempo coisas que não mais utilizamos e que poderiam beneficiar outras pessoas.
        O Decreto já está em vigor. Todo fim de ano faço uma revisão nas coisas guardadas e descarto as que não são mais úteis. Com este procedimento minha residência rejuvenesce, fica mais espaçosa e aconchegante.
        Coisas novas vem. Coisas velhas vão. Coragem! Residência não é museu.
       

          

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

SEVERINO FREEMAN E SEU DESABAFO


      , Severino está angustiado. Não entende como o Senador Mineiro derrotado pelos mineiros nas eleições sempre aparece nas Mídias com propostas para tirar a presidenta Dilma do Poder.
      Primeiro dizia que fora derrotado por organizações criminosas; mas quando o PSDB partido do qual é presidente foi denunciado por corrupção, lavagem de dinheiro e propinas nos doze anos em que governa o Estado de São Paulo conforme publicado na imprensa, ele mudou.
       Passou então a falar que o Brasil está em crise; estimulou com apoio de várias mídias a organização de uma passeata em março. Não deu certo. O Brasil está em crise sim, juntamente com Estados Unidos, Argentina, Chile, Japão e toda a Europa. A crise é global. É gravíssima e segundo o FMI e estudiosos, vai se estender além de 2020. Todos os governantes do mundo estão administrando a crise com muitas dificuldades inclusive a presidenta Dilma.
       Tentou fabricar uma crise política pedindo auditoria no resultado da eleição. O absurdo do pedido foi negado pelo TSE.
        Organizou outra passeata em abril cuja palavra-chave era fora Dilma. Uma parte da população compareceu democraticamente pedindo o combate a corrupção. Não apoiaram a saída da presidenta Dilma como ele queria.
         Depois da denúncia do delator da Operação Lava Jato de que o presidente da câmara recebeu cinco milhões em propinas o Senador Mineiro está organizando outra passeata para l6 de agosto, cuja palavra-chave é: novas eleições. Pela imprensa soube que ele pediu apoio de ativistas políticos – serão aqueles que ativaram o quebra-quebra no movimento “não vai ter copa”? Alguns destes ativistas estão ainda presos respondendo processos.
         Por que será que ele procede assim? Quer destruir a Democracia brasileira? Não admite uma mulher desempenhar função de chefia? Ou será por causa do combate a corrupção que a presidenta Dilma juntamente com os procuradores do Ministério Público, Polícia Federal e juízes  estão desenvolvendo corajosamente
         Conforme publicado no jornal O DIA em 29 junho 2015, na reportagem do jornalista Octavio Costa, o Senador Aécio Neves recebeu 4.5 milhões da empresa UTC para sua campanha.
         A propósito. No jornal o Globo de 8 agosto 2015, pag.31,  ....no debate para eleições nos EUA, o Sr. Donald Trump, um dos homens mais ricos do mundo candidato à presidente, declarou: ...” SÃO CORRUPTAS AS RELAÇÕES ENTRE DOADORES E POLÍTICOS’. Como se vê, até lá já estão aprendendo que candidato que recebe doação para campanha é candidato corrupto.
          Vamos a passeata com um objetivo. Combater a corrupção e respeitar o direito da presidenta governar o tempo para qual ela foi eleita. Novas eleições é golpe de pessoas derrotadas no voto democraticamente. Querem destruir a democracia brasileira novamente e interromper o combate a corrupção. Senador respeite a eleição da presidenta Dilma como o povo respeitou a sua quando governador.
         


domingo, 2 de agosto de 2015

WHATSAPP - PIRATA




                     
                                         - Oi menina da lanchonete.
                                         - Eu ou Ela?
                                         - Nem você nem Ela, a outra.
                                         - A outra qual?
                                         - Da mesa ao lado.
                                         - A de blusa azul?
                                         - Não. De blusa rosa e calcinha amarela.
                                         - Você viu a calça dela?
                                         - Sim. As pernas também.
                                         - Você é abusado.
                                         - Não. São meu olhos que são ousados.
                                         - Você mora aonde?
                                         - Onde posso. Moro na Terra.
                                        - Hum! Estranho. Você parece E.T.
                                        - Vestido não. Só nu.
                                        - Como posso te conhecer?
                                        - Fácil. Sou conhecido como Terezo.
                                        - Terezo da praia?
                                        - Não.Terezo do mundo, duro e teso.
                                        - Hum! Muito estranho.. Vazei.
                                         - OK.

                             
     

quinta-feira, 23 de julho de 2015

SENTIMENTOS






        O passarinho do vizinho quer entrar no meu quarto.
       
        Sempre que acordo e abro a janela lá está ele a me olhar, saltitando na gaiola pendurada na parede contígua ao meu prédio. Ele vive pulando do poleiro de cima para o de baixo, de baixo para cima, dezenas de vezes ao dia pois não há espaço para voar na cela onde está.
       
        Repete sempre um canto melódico que mais parece lamentos sonoros do que alegria.  Que vida!
       
        O quer faz um passarinho ser preso.  Seu cantar?  Sua Beleza?
       
        Nem seu dono será capaz de dar uma resposta convincente para justificar tal atitude. Vejo no jardim ao lado um beija-flor voando entre os arbustos solvendo o néctar das flores que beija. Mais além pardais num alegre gorjear catam no chão, seus alimentos.
        
        Volto a olhar para a gaiola e lá está o passarinho do vizinho, prisioneiro de um animal humano egoísta. Que vida! Sem vida.                                                                                         
       
        As vezes o passarinho gruda seus pezinhos na grade lateral da gaiola e fica calado olhando para mim.
        
        Com um binóculo fui observar mais de perto os movimentos da pequena ave. Apareceu então um passarinho voando, pousou na gaiola pelo lado de fora e passou a comer alpiste enfiando o bico no comedouro através da grade.
          
        O outro pulou para o poleiro de cima e ficou olhando o intruso comer os grãozinhos da sua alimentação. Este, após nutrido, voou para o espaço que a natureza criou para todos os seres vivos usufruírem e escafedeu-se.
         
        O passarinho da gaiola saltou angustiado para a grade em frente a mim onde ficou calado a me olhar.
        Ajustei o foco do binóculo e olhei com mais atenção, então uma tristeza imensa invadiu minha alma. Nos olhos do passarinho, vi lágrimas.
        


segunda-feira, 6 de julho de 2015

O SONHO DE UM BICHEIRO


        O Bicheiro Alfredo chegou em casa naquele domingo “chapadão”. Bebeu “todas” durante o churrasco na residência do Sr. Guiomar, seu patrão.
         Apostadores da Banca de Jogos do Bicho ouviam sempre Alfredo elogiar o patrão, mas não o conhecem. Uns dizem que é um homem muito bom; outros diziam que é uma mulher muito “boa”; alguns afirmam que o Banqueiro Guiomar é as duas coisas.
        Alfredo nem chegou a entrar, deitou-se na rede esticada na varanda e adormeceu. Roncava e assobiava tão alto que Elisa, sua esposa, ao escutar o ronco do marido gritou para as crianças:
       -  A panela de pressão chegou! Está lá na varanda. Não acordem ele.
       As duas meninas e o caçulinha correram para ver o pai na ânsia de ganhar guloseimas que ele sempre traz para os filhos. Olharam o pai deitado na rede, mas não ousaram acordá-lo e retornaram aos fundos da casa onde continuaram a brincar.
        Alfredo dormiu das quatro horas da tarde até à meia noite. Acordou, tomou um banho demorado, dirigiu-se para a sala, ligou a televisão e chamou a mulher.
        - Flor. Oh! Flor. Vem cá.
        Elisa não gosta deste chamado. Na verdade, ele a chama nos momentos íntimos de minha couve-flor por ela ser gordinha e bonita. Atendeu ao chamado, sentou-se na poltrona menor de frente ao marido e ficou na expectativa do que ele teria a dizer.
        - Querida! Hoje eu exagerei. Comi e bebi muito. Você me desculpe. Tive um sonho horrível. Escuta só:
        - Estava sentado à beira de um riacho, pescando bem cedinho, ouvi vozes ao redor e fui verificar. Encontrei um macaquinho falante conversando com um papagaio. Ele dizia:
        -  Purrupaco, fui à feira na cidade catar umas bananas, ouvi um falatório sobre um mosquito dengoso que está fazendo o maior sucesso. Ele beija qualquer pessoa que encontra. Deixa ela apaixonada, quente, de olhos brilhantes e corpo todo molenga. O “cara” é poderoso. Tem gente morrendo por causa dele, você sabia?
        -Não!!!  Esta pergunta de novo?  Não aguento mais.  Aqui na mata não tem este beijoqueiro, não.
         A perereca que tomava banho de sol em cima do jacaré, deu sua opinião:
         --É um mosquito importado do Egito. Se aparecer na floresta eu como todos eles.
         O jacaré revirou os olhos para o alto e zangou com a perereca:
        - Você está muito assanhadinha. Quer morrer? Eu a carrego nas costas desde quando éramos filhotes. Você sabe muito bem que a sua perninha defeituosa não lhe permite ficar pulando muito. Sossega perereca assanhada. O mosquito dengoso é um inseto “chique”, vive nas cidades, mora em garrafas plásticas, pneus velhos, vasos de plantas. Aonde houver água  parada é ali que ele gosta de morar. Sua comida favorita é sangue de bicho humano.
        Muito bom jacaré! Aplaudiu o papagaio Purrupaco que alegando sua condição de pássaro voador expressou também sua opinião:
        - Na minha modesta visão este mosquito nasceu em laboratório. Tem até nome científico - AEDES AEGYPTI. Não é problema nosso; é assunto dos Humanos. Eles têm que exterminar o dengoso de todas as cidades senão este inseto vai acabar desfilando na passarela do samba, jogando beijinhos para os turistas.
         - Elisa, foi aí que acordei assustado, suando muito, com dor de cabeça. Será que estou com dengue?
         -Não marido. Foi um sonho sobre um terrível mosquito. Quanto a sua dor de cabeça é uma velha amiga sua. É ressaca. Vou fazer um café amargo com umas pimentas malaguetas amassadas pra você ficar bonzinho. Tem que beber tudo, senão eu faço greve. Entende?
         -Greve!  Logo hoje?  Não!  Pode encher a xícara e vem quente que eu estou fervendo.
       




quarta-feira, 24 de junho de 2015

MÃES





      A mãe natureza oferece à todos água, ar e alimentos, devendo ser tratada com carinho e sem agressões pelos seus usuários.
      
      Estávamos nos pampas gaúcho aguardando o carregamento de arroz que levaria para o nordeste, eu e meus ajudantes, quando fomos convidados por um peão para percorrermos a instalações da Fazenda pois  havia  dois caminhões na fila a nossa frente aguardando para carregar.
       
      Eu, Nonato, Silva e um peão percorríamos a Fazenda pela manhã observando a beleza dos arrozais e diversas criações de animais quando no galinheiro assistimos ao nascimento de vários pintinhos. Paramos para olhar alguns ovos sendo bicados de dentro para fora e os pintinhos rompendo a casca para a vida. Incrível e fantástica metamorfose, clara e gema se transformando em vida animal.  Uma galinha sendo mãe após 20 dias chocando seus ovos.
         
      No dia seguinte, lá estava ela dando alimentos nos bicos dos pintinhos, ensinando-os a ciscar e correr para debaixo das asas para fugir de predadores. Mãe é mãe, comentamos.
     
      Ao manobrar para retornar presenciamos outro nascimento. A cadela “catita” expelia seus filhotes numa touceira de bananeiras junto ao portão de saída. Ficamos observando ela lamber a cria, pegar pela boca e levar para um local mais aconchegante. Ser mãe é uma situação muito especial para qualquer fêmea.
         
     Todo homem tem origem no ventre de uma mulher, de uma fêmea que é sua mãe. Não podemos admitir sob qualquer pretexto, que o homem agrida uma mulher, filha, esposa ou companheira, maltratando-a física ou verbalmente.
          
      Em situações de conflitos modere suas atitudes e respeite a mulher, um ser especial que foi capaz de lhe dar vida, após nove meses de cuidadosa e delicada gestação.
            
      Pensem nisto.
          

       





terça-feira, 9 de junho de 2015

O TEMPO DE CADA UM






      Toda criança ao nascer ganha um presente divino. Ganha um Tempo. Um Tempo de Vida cuja duração poderá ser longa ou curta.
     
      É um tempo finito, sem data de validade, um dia terminará.
      
      Na fase infantil o presente é usufruído plenamente pelos pais, pois a criancinha ainda não tem consciência sobre ele.

      Na fase juvenil, entre 10 e 12 anos, a criança sofre grandes transformações em seu corpo físico e no psicológico iniciando a transição da puberdade para adolescência.
     
      É um momento estranho de inquietudes, dúvidas e indagações, que irá causar entre pais e filhos muitos conflitos.
      
      A jovem mocinha e o jovem rapazinho começam a se conscientizar que a vida “é deles”.
      
       Eles ganharam esse tempo de vida quando nasceram; agora inquietos e ansiosos, querem assumir o controle do presente divino recebido. Isto só poderá ocorrer legalmente após os 21 anos ao atingirem a maioridade.
     
       Fica assim um período muito extenso, cerca de dez anos, para os pais aceitarem que não são mais “donos” absolutos dos desejos, anseios e sonhos das criancinhas que cresceram e querem desfrutar do seu tempo, pois já sabem que esse tempo pode ser longo ou curto.
     
       Os sinais aparecem. Os jovens não querem mais sair com os pais nos passeios. Querem ir à praia com amigos. Viajar sozinhos. Curtir noites nos Shopping com colegas. Questionam atitudes e decisões dos pais que até tempos atrás eram aceitas e respeitadas. Trancam-se no quarto para jogarem em Rede no computador até altas horas.
      
      É uma situação muito difícil para todos. Os pais terão de repensar seus procedimentos, atitudes, estudando e criando novos modos para uma convivência educativa e harmoniosa com os filhos.
     
      Diálogos constantes, concessões de pequenos riscos, liberdade de movimentos ampliada para que o jovem reconheça por si próprio, os perigos que rondam a juventude no seu caminhar para a vida adulta.
      Toda esta nova estratégia deve ser sempre impregnada de amor e compreensão por parte dos pais, que também já foram jovens adolescentes e certamente deram muito trabalho em suas épocas.
     
     O mais importante é o jovem atingir a maioridade tendo consciência que o tempo de cada um pode ser curto ou longo.
     
     Viver é maravilhoso! Não se deve jogar em caminhos tortuosos, o tempo de vida recebido como presente divino. Zele sempre para que ele seja longo, útil e feliz.



     

       

sábado, 23 de maio de 2015

MUDANÇAS DE FASES.





           O jogo da vida é muito difícil. Requer paciência, estudos e persistência.
  A primeira namorada que tentei arranjar disse que eu não era o cara. Insisti: - Eu existo, me dê uma chance.
  
  Não rolou. Ela sorriu, correu para a sala de aula juntando-se às colegas que ficaram zoando de mim.

  Fiquei frustrado. Ela era bonita, alegre, espontânea no falar. Estava nos meus sonhos diariamente.

  Tudo bem. Eu tinha quinze anos, muito pobre, morava na chácara do Sr. Rizlá, onde fazia pequenos serviços e ajudava minha mãe com parte da mesada que recebia.  Fui obrigado pelo patrão a voltar a estudar, pois não havia concluído o 1º grau.
  
  Acordava cedo, cuidava dos animais, rastelava o terreno ao redor da casa, limpava o gramado, tomava o café da manhã e me dirigia à escola. Essa era a rotina diária. Na escola fiz novas amizades e participava das brincadeiras dos colegas e das festividades escolares.
   
  Certo dia, o patrão pediu meus cadernos para verificar se estavam em ordem. Fez-me ler uns trechos de livros e não gostou. Minha leitura em voz alta era horrível, não obedecia pontuações , nem as acentuações  corretas das palavras. Minha escrita também tinha muitos erros.
    
  Para me incentivar prometeu um Real de prêmio para cada prova e trabalho escolar com avaliação acima de oito. Sugeriu que eu lesse no jornal as notícias de futebol, esporte que eu praticava e acompanhava pela televisão. Fui melhorando. Passei a ler outros assuntos e revistas o que ajudou muito na conclusão do lº grau escolar.
   
  Como presente, ganhei matrícula no curso de Informática do SENAC e frequentei o curso do 2º grau com duração de dois anos, num projeto experimental da Secretaria de Educação do Estado.
   
  Aos vinte anos, sem casar, fui pai de um menino. Arranjei um emprego e um substituto para a chácara. Minha união matrimonial não foi durável. Fiquei assim na obrigação de ajudar financeiramente a mãe tão jovem quanto eu, a criar nosso filho.
   
  Eu não sou o cara, pensei.
   
  Fui trabalhar em outra cidade maior em uma firma de concretagem, como ajudante da oficina de manutenção. Lá passei a residir atendendo solicitação do Engenheiro que precisava de alguém a noite para desligar alguns equipamentos. Só passava em casa sábados e domingos. Lembrei-me das palavras do Sr. Rizlá.“Quando a oportunidade bater a sua porta, abre e abrace-a com alegria e determinação. Não a deixe ir embora.”
   
 Após dois anos, atendendo a um Memorando interno, indiquei meu nome para operador de computador para vaga que seria aberta com a saída de um funcionário.  Após uma semana de treinamento fui efetivado, passando a fazer parte do quadro de empregados qualificados.
  
 Em consequência do meu bom desempenho, fui indicado pela firma para fazer um Curso de Logística em dois anos e meio, que ao final, me proporcionou a promoção ao cargo de supervisor aos vinte e seis anos de idade.  Ao participar de um seminário, fui convidado pela filial de Manaus para trabalhar na Amazônia, o que aceitei prontamente com intuito de aprender sempre mais, conhecer novos lugares e fazer novas amizades.
  
  Lá, após três anos fiz amizade com um empresário do Ceará, que conhecedor do meu trabalho, levou-me para Fortaleza, onde resido e trabalho atualmente. Quando saio pela manhã para o trabalho, olho no espelho e digo:
 - Eu jogo o game da vida sempre para mudar de fase. Eu sou o cara.
 
                



    

sexta-feira, 27 de março de 2015

EU NÃO NASCI PARA SER INFELIZ




       Sentado à mesa de um bar na praia do Forte em Cabo Frio, observava curioso, a conversa de várias amigas da mesa ao lado.

        A mais falante contava para as outras fatos da sua separação matrimonial ocorrida meses atrás:

        - "No dia marcado para a audiência ficamos eu e meu ex-marido diante do Juiz, o qual após folhear os autos do processo, dirigiu-se a mim e perguntou: 
                         
         
         - Senhora! Não há possibilidade de reconciliação?

         - Não digníssimo. Hoje desejo decidir de acordo com os fatos narrados no processo. Eu quero uma vida de mulher, melhor. Eu não nasci para ser infeliz."


         - Fiquei admirado com a sinceridade da resposta. Olhei aquela mulher sorridente, alegre, contando corajosamente um fato doloroso de sua  vida íntima.

           Imaginei-a bebezinho, recém-nascida nos braços de familiares agitando as perninhas, virando os olhinhos, esboçando sorrisos na boquinha ainda sem dentes, proporcionando alegria e felicidade a todos que foram conhecê-la no berçário da maternidade.

             

         Como pode alguém nascer pra ser infeliz se o ato do nascimento é um momento maravilhoso da vida humana.


          Circunstâncias de vida podem causar sofrimentos e infelicidades. Pobres e ricos podem ser infelizes ou felizes.

           A busca da felicidade, do bem estar, da harmonia no convívio humano é característica intrínseca de todas pessoas.

           Esta busca dever ser constante no cotidiano de cada um, sempre, independente das adversidades que ocorram.

           Ninguém nasce para ser infeliz. Ninguém!

         



          

domingo, 1 de fevereiro de 2015

SEVERINO: JE NE SUIS PAS CHARLIE (Eu não sou Charlie)



       Severino, pernambucano conhecido como Freeman, está indignado com o que leu nos últimos dias. Resolveu então escrever um epitáfio.

        Eu era jornalista. Meu pequeno jornal tinha uma tiragem de 60.000 exemplares por semana, inferior ao Le Monde que tem uma edição diária de 320.000. Nele fazíamos "CHARGES" do cotidiano da vida retratando de modo humorístico e ferino os acontecimentos, num trabalho de verdadeiro terrorismo intelectual.

        - Intisguei discórdias entre religiões;
       
        - Debochei de líderes religiosos;
       
        - Ridicularizei políticos;
       
        - Ironizei e ofendi pessoas;

        - Usei e abusei da liberdade de imprensa;

         - Sob o manto da liberdade de expressão desrespeitei mortos e vivos;

         - Fui.

         - Morri em consequência de um ato de terrosismo real.

     Depois de escrito, Severino desabafou: Charlei,no meu coração cristão não cabe você. Lamento.
         

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

FELICIDADE

     

 Como faço sempre, acordei cedo, abri a janela da sala do apartamento onde resido no 2º andar, para respirar o ar fresco das seis horas da manhã e apreciar o gorjear dos passarinhos acordando no quintal arborizado da casa vizinha.
      
No muro à menos de oito metros, vi um pássaro desconhecido em pé como se fosse uma estátua pequena. Só mexia a cabeça de um lado para o outro algumas vezes. Com muitos arbustos e um lindo gramado no terreno da casa, ele permanecia impassível sobre o muro revestido de granito.
       
Na expectativa de movê-lo do lugar, cumprimentei-o:
       
Bom dia! Está só esperando o astro crescer no horizonte para tomar seu banho de Sol. Hem?
      
O pássaro pareceu entender; virou a cabeça de lado, olhou na minha direção e piscou o olho.
       
Sorri. Ele quer conversar. Falei do Tempo, falei das Flores, mas ficou impassível, não deu sequer um pio. Estaria triste? Foi minha preocupação imediata. Passei então a observá-lo melhor.
         
Tinha umas pernas pequenas e finas com dois dedos ou “garras” em cada pé; um bico alongado que afinava em direção a ponta onde terminava numa curvatura, como se fosse uma pinça e duas asas com penas pretas e cinza.
         
Fiz um trato com o pássaro. Só sairei da janela quando ele der um pio ou voar. Foram mais de quinze minutos um olhando para o outro, ambos calados. 

         Resolvi tentar outra coisa. Vou assobiar uma canção para ver a reação dele.
         
Escolhi a música Carinhoso, de Pixinguinha, e assobiei:
         
“Meu coração não sei por que bate feliz quando te vê  e os meus olhos ficam sorrindo e pelas ruas vão te seguindo, mas mesmo assim".....
        
O pássaro gostou. Bateu as asas, voou duas voltas à  frente da janela, deu um trinado e fugiu de mim possivelmente alegre e agradecido.  O Zelador que observava escondido, falou:
         
- É um pássaro adolescente  aprendendo a voar por conta própria. O senhor conversava com o “bicho”?
         
- Estávamos apenas compartilhando um momento de felicidade. Só isto, respondi.